Oi pessoal, eu to participando de um concurso de fan fic um site, o tema é terror, eu ja terminei, mas to meio inseguro de postar, eu queria opiniões sinceras, se acharam otimo falem, se acharam uma bosta falem, falem mau, mas falem de mim, então por favor leiam:
- Spoiler:
RESSURREIÇÃO
Sec XVIII
Lucia, considerada por todos a mais bela, andava por entre as casas do vilarejo quando encontra com Fernando, eles permanecem se olhando até Fernando sumir atras de uma das casas, ela o segue quando de repente é puxada pelo braço e jogada contra a parede recebendo um beijo. Lucia e Fernando se amavam, porém ela noiva, e ele atualmente casado, impedia-os de viverem esse romance abertamente:
- Não aguento mais isso! Não sei por quanto tempo mais conseguirei adiar esse casamento!
- Eu sei, está cada vez mais dificil de nos encontrar-mos! Isso pode parecer horrível, mas as vezes eu queria que Catarina morresse logo! - Fernando havia se envolvido com a jovem Catarina apenas para provocar Lucia, porém a garota acabara adoecendo, com pena acabou se casando, realizando o desejo da moça.
- Fala sério? - disse Lucia ao ouvir as palavras de Fernando – Porque, quem sabe... Poderia-mos...
- Cale-se! Não fale essas besteiras nem de brincadeira!
- Mas porque não? Ela esta para morrer mesmo! Ninguém desconfiaria de nada e ai, finalmente poderíamos ficar juntos!
Lucia o abraça fortemente, nesse momento ele percebe que ela falava sério sobre assassinar Catarina, e por um breve momento essa idéia o agradou, mas seus pensamentos foram cortados ao ouvir seu nome ser chamado, era uma voz fraca porem doce. Ele sai de tras da casa devagar, procurando a dona do chamado, e vê Catarina se segurando com dificuldade na porta de casa, correndo em sua direção, ele a segura protestando sobre sua atitude, enquanto Lucia tentava sair discretamente de seu esconderijo, mas acaba sendo vista por Catarina, que pra sua surpresa, sorria chamando-a:
- Faz tempo que você não vem nos visitar! – Disse segurando as mãos de Lucia
- É... É que com essa correria do casamento e preparativos, fica dificil arranjar tempo para outras coisas! – Ela se vira para Fernando que desvia o olhar, até Catarina começar a tossir compulsivamente.
- Está vendo o que falo? Você não deveria ter saido da cama!
- Eu sei, mas quando eu acordei você não estava, então eu... - Ela parecia perder as forças aos poucos, e acaba se escorando em Lucia que a segura, então ela olha com ternura em seus olhos e junta as mãos de Lucia e Fernando – Você me promete que quando eu for, cuidará dele por mim? - Lucia congelara, as duas já eram amigas muito antes de toda essa trama e sem coragem de olha-la nos olhos, balançou a cabeça positivamente. Naquele instante, Fernando achou que ela tinha desistido da idéia de matar Catarina.
Era uma noite chuvosa, Catarina passava muito mau, Fernando entra em casa apressado, parecia trazer algo em mãos, mas não dava para ver, ele vai até a cozinha e volta ajoelhando-se ao seu lado, acariciando de leve seus cabelos cacheados e dizendo que acabaria logo, parecia existir alguma presença a mais, ele a põe sentada na cama, e uma sombra passa-lhe uma pequena tijela, confirmando a antiga suspeita, porém Catarina não conseguia identificar, talvez por não estar bem ou outro motivo quaisquer, mas não deu muita importância, ele lhe da a tijela dizendo que é um remédio que fora buscar e faria sentir-se melhor, dentro havia um liquido vermelho sangue que exalava um cheiro forte, ela permaneceu estática por um tempo parecendo examinar o conteúdo , e voltando a encarar Fernando, que agora parecia apreensivo, nervoso, “Ela sabe?”, pensou, mas para seu alivio ela apenas sorriu e bebeu o liquido, carinhosamente ela acaricia seu rosto e ainda sorrindo diz: “Adeus!”. Fernando sentiu seu coração pular. Enquanto se ajeitava com dificuldade na cama, sentindo sua visão embaçando Catarina pôde ver a figura misteriosa, Lucia fitando-a com um olhar gélido, sem forças, ela apenas fecha os olhos e adormece. Já amanhecia quando o grito da empregada confirmou a suspeita, Catarina estava morta, a dor pela morte da jovem adorada por todos, só pode ser superada pela felicidade dos amantes, que pareciam comemorar o fato nos campos, longe do olhar de todos.
Meses depois, apesar de já estarem no alto da primavera, o céu exibia um cinza rispido e melancólico, fora que as flores ainda não aviam desabrochado, Lucia ultimamente agia estranho, dizia ser atormentada por fantasmas, fantasmas esses que apareciam enquanto dormia ou quando se distraia com algo. Resolve sair, enrola um lenço envolta do rosto e vai até o tumulo de Catarina, por um motivo qualquer que nem ela sabe, culpa talvez, o ar é pesado e o dia escuro, mesmo estando no meio da tarde, se aproximando do cemitério, uma estranha nevoa começa a surgir e a envolver não apenas o lugar, mas ao vilarejo inteiro. Lucia se ajoelha no tumulo de Catarina com uma expressão apática, ela não sabia o que fazer, afinal porque estava ali? Não, não era culpa, ela realmente não queria estar ali, sentia como se estivesse saido de um transe, mas existia mais alguma coisa, alguem, sim algo se movia, ela podia sentir, mas a nevoa antes rala tornou-se mais densa, não via nada além de vultos, tentou correr, mas acabou caindo, não tinha tropeçado, algo a derrubou, e agora a puxava cada vez mais para dentro da nevoa, até desaparecer gritando.
Alguem bate na porta, Fernando se surpreende ao ver Mariano, o ex-noivo de Lucia, do lado fora:
- O que quer?
- Sabe o que é isso? - Mariano estende um lenço manchado com sangue.
- E como poderia saber!
- É o lenço de Lucia seu desgraçado! - Furioso, desfere um soco em Fernando, que cai sem reação – Ela sumiu faz um dia e você nem notou?! Foi pra isso que a roubou de mim? Pra deixa-la a merce da sorte? Nem reconhece uma peça de suas roupas! E ainda diz que a ama!
- Nã... Não pode ser... - Fernando não conseguia acreditar, como não percebeu que ela tinha sumido? - Onde encontrou isso?
- No cemitério, perto do tumulo de Catarina!
Seus olhos se arregalaram, lhe faltava ar, afinal que ironia seria essa? Ele sai correndo desesperado até o cemitério, seguido por Mariano que não entendeu muito bem aquela reação. A nevoa, que ainda permanecia, encobria completamente o chão deixando o lugar com um aspecto ainda mais sinistro. Fernando examina o tumulo de Catarina, estava remexido, Mariano observava entendendo menos ainda, afinal o que ele queria ali? Não havia mais nada além de alguns rastros de sangue, aquilo o deixava louco, Lucia desaparecida e aquele idiota farejando o chão como um cachorro, estava pronto para lhe dar outro soco, quando percebem alguem se aproximando a passos curtos e vagarosos, uma pessoa de estatura baixa, usando um capuz surrado e com uma bengala velha de madeira, ele levanta a cabeça revelando seu rosto, e um sorriso revelando seus 5 solitários dentes, era a velha herbolária que vive fora dos limites do vilarejo:
- O que te aflige rapaz? Teu pecado lhe assombra? - Fernando estremece.
- Cale-se bruxa, não sabe o que fala! - Mesmo dizendo ser uma herbolária, era chamada de bruxa herege por seus hábitos considerados “fora do normal”.
- Iá! Iá! Iá! Iá! - Sua risada era estridente e aguda, como se arranhasse uma lousa com as unhas – Tem razão em temer, aqueles que sofrem pelas mãos dos injustos, as vezes tem a chance de retornar.
- Bruxa maldita, o que você fez? - Fernando avança sobre ela, mas é impedido por Mariano.
- O que eu fiz, você pergunta? O que vocês fizeram! Quando há um grande pecado entre os 7 mortais, aquele o fará renascer! - Ela se vira e vai embora no mesmo passo de quando veio, desaparecendo na nevoa – Para um vir a este mundo, outro deve partir! Para um vir a este mundo, outro deve partir!
- Fernando, do que ela estava falando?
- Aquela velha é louca, não de atenção! Tenho que achar Lucia!
- E o que você pretende fazer? Não temos idéia de onde ela possa estar!
- Não! Eu acho que sei... Existe um lugar, onde... Talvez... - Fernando parecia não acreditar no que dizia.
- Eu vou com você!
- O que? Não mesmo, isso é assunto meu!
- Não me interessa, eu amo Lucia tanto quanto você ou mais, eu vou! Você querendo, ou não!
Mariano estava decidido, não existia nada que Fernando poderia fazer, os dois pegam seus floretes e seguem fora da estrada, em direção a uns pequenos montes que haviam nos arredores do vilarejo. O nevoeiro estava ainda mais denso, mau dava para ver o caminho, quando iam chegando perto do seu destino, mais rastros de sangue, era o lugar certo, e agora pareciam formar uma especie de trilha, Mariano olhava aquele lugar ainda mais confuso, afinal porque Lucia estaria ali?
- Fernando, o que esse lugar tem a ver com Lucia?
- Aqui era onde... - Ele hesitou, o que ia dizer punha em prova sua sanidade – Onde Catarina e Lucia costumavam brincar, também é onde eu e ela nos encontravamos as escondidas!
- Catarina? Isso não faz sentido algum, Catarina está morta!
- É isso que espero...
A trilha de sangue terminava em uma pequena elevação, subiram com um pouco de dificuldade, devido a baixa visibilidade, já no topo, foram até uma fenda, que estava cercada de raizes, elas pareciam se mexer como serpentes, e dentro da caverna, que não era muito grande, eles puderam ver, sem a menor duvida, Catarina.
Realmente era Catarina, sua pele e cabelos haviam perdido a cor, e seus olhos exibiam um tom vermelho escarlate tão vivo, que chegava ser macabro, Mariano não podia acreditar no que via, mas a maior surpresa, foi por conta de sua reação ao ver Fernando, exibindo seu belo sorriso que encantava a todos, as lágrimas caem de seus olhos, eram lágrimas espessas e escuras, como sangue coagulado, ela corre até ele, seu vestido branco de seda a fazia parecer flutuar, abraçando-o forte, Fernando pode ver, seu corpo frio tinha um tom lilás-acinzentado, parecia um cadáver:
- Estou tão feliz que você está aqui! Eu senti tanta saudade!
- Catarina onde está Lucia? - Ela o olha transtornada.
- Lucia?! Lucia! Lucia! Lucia! É sempre Lucia! Por que todos, só tem olhos para aquela piranha?
- Ca-ta-rina? Você nunca, falou assim antes... – Mariano e Catarina também era amigos desde a infância, para ele, era como uma irmã mais nova.
- Catarina isso é sério! Onde ela está?
Ela retrucou, trincou os dentes, mas não teve saida, estendendo sua mão esquerda para o fundo da caverna, a terra se abre como o ventre de uma mãe, e de la, presa com raizes a uma cruz, nua, coberta de sangue, e com o rosto cheio de prazer, estava Lucia. Era uma visão no minimo perturbadora, Mariano lutava para não olhar, até que percebeu algo que poderia passar por mais uma raiz, pendurado entre as pernas de Lucia, um pequeno feto, deveria ter de 3 para 4 meses, Lucia estava grávida. Pôde ver pela reação de Fernando que ele não sabia, mas nessa hora lembrou das palavras da bruxa: “Para um vir a este mundo, outro precisa partir!”. Catarina havia tomado a vida do filho de Lucia, para permanecer nesse mundo:
- Catarina! Por que está fazendo isso?
- Você não sabe? Ela é culpada pela minha morte! Ela me matou!
- O que... Fernando você sabia disso? - Fernando estremecia.
- Foi... Foi tudo culpa dela! Ela que teve a idéia! Ela que comprou o remédio com a bruxa! Eu... Eu não sabia o que fazer! Eu... - Catarina acaricia seu rosto, olhando-o ternamente.
- Eu sei! Eu te perdôo! Eu sei que ela te seduziu!
- Seu, desgraçado! Maldito! Bastardo! Você faz tudo isso, e ainda tenta se exaltar de culpa jogando tudo nos ombros de Lucia?! - Mariano estava furioso, ele puxa seu florete pronto para atacar Fernando, mas é impedido por raizes, que amarram suas mãos e pernas.
- Por favor Mariano pare! Eu não quero machuca-lo!
- Mas e quanto a esse bastardo? Ele também é culpado!
- Não! Ele me ama! - Ela se vira, segurando o rosto de Fernando – Você me ama, não é?
- Si... Sim é claro... Que eu te amo! - Ele tenta sorrir, deixando Mariano mais furioso.
- Eu sabia! Agora ficaremos juntos para sempre!
- Sim! O quê?
- Juntos para sempre! Sempre! Sempre! Sempre! Sempre! Sempre! Sempre! Sempre! Sempre! Sempre! Sempre...
Ela o beija com seu lábios gelados, Fernando sente como se sua vida estivesse sendo sugada, e sua boca se enche de sangue, ela estava se alimentando dele. Envolvendo-o em seus braços, os dois começam a ser tragados pela terra, e a caverna parecia querer ir junto, naquele abraço cadavérico, Mariano consegue se soltar a tempo, mas não antes de ver o ultimo momento de Fernando, seus olhos apavorados, pouco antes de desaparecer sob o solo, não havia nada a ser feito, toda a caverna fora a baixo.
A nevoa agora se dissipava, enquanto fazia o caminho de volta, ainda tentando acreditar em tudo que viu, lembrou novamente das palavras da velha bruxa, pela forma como agia, não tinha duvidas, fora a luxuria de Lucia que trouxe Catarina de volta, seu maior pecado entre os 7 mortais, envolto em um grande pecado, matar sua melhor amiga. Chegando no vilarejo, permaneceu um tempo parado, observando as crianças que brincavam entre as flores, que finalmente desabrochavam, sentiu um vazio no peito, mas seu pensamento foi cortado por um feixe de luz, e olhando para o céu, contemplava com um sorriso triste, o sol, que aparecia pela primeira vez naquela primavera.
Última edição por Raposa em Ter 1 Dez 2009 - 17:02, editado 1 vez(es)